quarta-feira, 7 de março de 2012

Tento me enganar ao responder as perguntas que nunca fiz.
Vejo o lento desfecho deste, ilusório e impalpável, mundo, enquanto me apresentam um motivo sutil e irônico para o sentido criado através caos dessa nossa ordem. Ou seria a ordem desse nosso caos? Já não sei, estou a muito perdido nesse eterno crepúsculo cósmico que não me deixa fechar os olhos e descansar no eterno leito onde tantos “antigos” já caíram.
Eu vejo os pobres pupilos do tempo caminharem, cegamente, em direção ao profundo abismo abissal, onde, o gelo e o fogo travam uma infindável batalha por um trono que não os pertence e que nunca irá pertencer, pois, só assim é possível preservar o frágil e incoerente equilíbrio humano. Estas pobres almas marcham involuntariamente para o precipício sem se dar conta do real motivo, e quando aparece uma criatura, iluminada, capaz de se perguntar o porquê disso tudo, é rapidamente engolida pela gigantesca onde de ignorância, reprimida, e forçada a voltar a sua marcha para a perdição.
Daqui do palácio dos gigantes, da para ver todas as pobres existências que lutam para se salvar e aqueles que devoram com um gênio assombroso todas as vidas que tentam se rebelar contra a massa. Fico me perguntando quando essa aparente realidade vai mudar de plano e se tornar mais palpável e branda.

Crônicas de Um Suicida

Eu sinto a morte chegar
Lenta, latente
Ela vem, eu sei
E o seu preço irá cobrar

Uma taxa
Que a muito quero pagar
Mas que ela se recusa
Ela insiste em não aceitar

Nunca erra seu alvo
Nunca perde suas vitimas
Pode parecer cruel
E sempre recebe criticas

Por culpa dela
Perdi todos
Mulher, filhos, pais...
Agora minha alma não vive em paz

De um ser que já foi tirado tudo
Tentei sair deste mundo
Mas ela me negou
Voltar a "viver" com meu amor

Negou minha ida
Não veio me buscar
Deixou-me sozinho
Agonizando neste solitário lar

Agora sei que ela esta chegando
Sinto sua respiração gélida
Esfriar a minha nuca
E minha mente congelando

Finalmente aceitou minhas ofertas
Depois de tanto lutar
Sacrifiquei tudo que não tinha
E sai em seus braços desta vida

Eu me despeço deste mundo
Desta cruel e louca existência
Sou levado nos braços da morte
Para a eternidade verdadeira...

As Vezes

Às vezes buscar palavras no silencio é a melhor forma de obter uma resposta.
Às vezes acreditar no inacreditável é uma forma de torna possível o impossível.
Às vezes o fracasso não é o fim, apenas o inicio de um futuro desconhecido.
Às vezes descobrir um segredo nem sempre é o fim de um mistério.
Às vezes o reconhecimento não quer dizer aceitação.
Às vezes a força é a maior fraqueza.
Às vezes o desanimo nos convida a ficar com a depressão.
Às vezes identificar não quer dizer reconhecer.
Às vezes não lembrar não quer dizer que esqueceu.
Às vezes entender não é compreender.
Às vezes viver não é necessário para se dizer que estar vivo, é preciso participar das atividades deste mundo seja elas insanas ou não.



Será que todo mundo realmente ama ou será exclusividade de alguns?
Alguém é capaz de me dizer qual o real sentindo dessa palavra, desse ato, modo de vida, sentimento, loucura... ?
É possível uma mesma coisa ter inúmeras divisões ou tudo se resume a ele?
Poetas o buscaram, sonharam, sofreram. Crianças se idealizam em seus pais. Adolescentes se surpreendem, afirmando que, sem ele não dá para viver. Adultos querem, mas ao mesmo tempo se defendem e são incrédulos. Idosos falam com saudades das suas vivências e aventuras que o mesmo lhe proporcionou. Alguns são tão enfeitiçados que remete aos saudosos tempos uma vontade louca de retornar, sussurrando baixinho que a vida dê-lhe mais uma chance para viver tudo de novo, ás vezes de maneira mais acertada.
Tem fim? Quando começa? É crescente? Perfeito? Único? Exclusivo? Estado de espírito? Acaba? É matéria? Eu tenho? Todos vão vivê-lo?
Mediante a tantas indagações parecem até impossível responder. Realmente é. Compartilhar dessas dúvidas é mais fácil do que ter uma resposta conclusiva e que nos faça seguir certos de que nós podemos ou não vivê-lo.
Concluo achando que o amor tem mil facetas, cada um tem sua experiência individual...
Para uns a demonstração dele seja escalar montanhas, atravessar oceanos, enquanto para outros seja esperar pacientemente que quem se foi, volte.
Para uns é sensatez, enquanto para outros, loucura.
Para uns é mudar de tribo, sexo, religião, gosto musical, cabelo, roupa... Para outros é mais do que se entregar, é oferecer o melhor que se tem e não mudar, mas fazer diferente, de forma criativa e junto com o que a vida tem a oferecer.
Para uns é escrever cartas, enviar flores, dizer eu te amo a cada cinco minutos... para outros bastam um olhar.
Para uns é casar... Para outros, ficar juntinho basta, pois é garantia que nada vai mudar.
Para uns é se dedicar a um amor impossível... Para outros, amar é ser correspondido.
Para uns é amar a mesma pessoa durante toda uma vida. Para outros é entregar a vida por desconhecidos.
Enfim, perfeito, ele, é em sua essência, mas duvido que seja completo, pois eu não sou, mesmo que ele devesse ser maior que eu.
O amor não pode ser definido, ele desencadeia muitos outros sentimentos, ele é altruísta no seu modo de ser, não há começo, nem fim, não é momentâneo, mesmo que possa ser vivido várias vezes, ele é meu, ele é seu, ele é de todos que o querem e também o colocam de maneira longínqua, nasceu e vai morrer conosco.
Procure-o, ele esta mais perto do que você pensa. Viva as suas mil maneiras. Não há certos nem errados. Dê a quem precisa. E se for capaz mensure, não fique de pernas bambas, sem palavras e jeito. Seja poeta, louco, ousado e apaixonado.