domingo, 13 de janeiro de 2013

Sentado aqui desolado, magoado e triste
Neste velho sofá desbotado
Tentando, duramente, lembrar
Dos momentos felizes de minha vida.

Uma garrafa de vodca está jogada no chão
Vazia, assim como minha vida
Minha única lembrança é uma dor de cabeça
Que agora vai ficar por muito tempo

Como o corpo rígido, levando
Uma banda desfila na rua
Com uma batida alegre
Mas isso já não me interessa

Sempre fui um cara distante
Ate mesmo um pouco ausente
Cada passo que eu dava
Era, sempre, a caminho de casa

Todas as coisas que demorei a acreditar
O amor, a verdade e o que tudo significava
Todos dormem em camas de rosas
Mas eu durmo numa cama de pregos

Acabei com minha ultima garrafa de uísque
E me pergunto quando tudo isso irá passar
E novamente, esta noite, estarei sozinho
E sei que ninguém irá avisar-me se isso acabar

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Crônicas de um Suicida - Parte 2

 Passei perto do Abismo, ele me chamava, convidava e insistia com sua calma atraente.
Observei o abismo, e ele me retribuiu olhando-me bem no fundo. Perguntou se eu não queria me juntar a ele e, inconscientemente, eu pulei. Logo fui engolido pelas trevas. Depois de um tempo ela partiu me deixando a sós com o Nada.
Então o Nada me perguntou:
-Estranho como nada mais faz sentido, não concorda?
-Do que está falando - Eu perguntei
-Do mundo - O Nada respondeu, fez uma pausa e continuou - Os princípios se perderam, não existe nada além de ódio e vingança. A vida não vale a pena... É por isso que você está aqui, não é mesmo?
Incrédulo, eu respondi - Não! Estou aqui por que perdi tudo, e não aguentando a saudade, resolvi adiantar meu julgamento e me juntar aos meus antepassados.
- Mentira! - Falou o Nada com calma - Você não aguentou viver em um mundo onde nada funciona corretamente e tudo não passa de mentiras e falsidade...
-Cale-se! Deixe-me em paz
-Paz? - Riu o Nada - Isso não existe, foi tudo inventado, o mundo não tem salvação, está fadado ao caos e a desordem... - O Nada tinha começado a ir embora quando falou - Sorte a sua não ter mais que viver lá - E com isso ele me deixou sozinho.
Quando cheguei ao final do abismo, a Morte veio me receber, brindou comigo ela começou a falar:
- Você sabe que o Nada tem razão, não é?
- Isso não pode ser ele está mentindo e você o está ajudando - Disse rispidamente
- Não, ele está certo... - E, com isso, começou desaparecer. Frustrado eu gritei:
- Não, deve existir outro meio, tem que a ver uma esperança...
- Pode ate existir - Disse uma voz sussurrante que ecoava em meus ouvidos - Mas, infelizmente, não para você!

"O Metronome"